Mentalidade "Estou-ficando-cansado-e-vou-desistir"


Infelizmente, acho que a nossa geração chegou perigosamente perto da mentalidade "estou-ficando-cansado-e-vou-desistir". E isto não apenas no campo espiritual. Fazer dieta requer disciplina, então permanecemos gordos. Concluir os estudos é enfadonho, então abandonamos. Cultivar um relacionamento é doloroso, logo damos marcha a ré. Conseguir escrever um livro é muito árduo, então deixamos de escrever. Resolver os conflitos de um casamento é uma luta exaustiva, então nos separamos. Manter-se no emprego não é fácil, então começamos a procurar outra coisa.

Ignace Jan Paderewski, famoso pianista-compositor, realizaria um grande concerto na América. Seria uma noite memorável - o público vestindo smoking e vestidos longos, um espetáculo da alta sociedade. Presente na platéia, estava uma mãe com o seu inquieto filho de nove anos. Cansado de esperar, ele se contorcia sem parar no seu lugar. A mãe tinha esperança de que o filho fosse incentivado a tocar piano se pelo menos conseguisse ouvir o imortal Paderewski ao teclado. Então - contra a sua vontade - ele tinha vindo.

Quando ela se virou para conversar com alguns amigos, o menino não pode mais continuar sentado. Ele escorregou do lado dela, estranhamente atraído para o grande Steinway negro e seu banco forrado de couro, olhando com olhos arregalados as teclas brancas e negras. Ele colocou os seus dedos pequenos e trêmulos no lugar certo e começou a tocar "o bife". Rapidamente houve um clamor da multidão e inúmeros olhares de reprovação voltaram-se para ele. Irritados, muitos começaram a gritar:
" Tirem aquele garoto dali!"
" Quem traz um menino tão pequeno a um lugar assim?"
" Onde está a sua mãe?"
" Alguém faça-o parar!"

Nos bastidores, o mestre ouviu os sons que vinham do palco e rapidamente compreendeu o que estava acontecendo. Apressadamente, ele agarrou a sua casaca e entrou correndo no palco. Sem nenhum anúncio, parou por trás do menino, colocou uma mão de cada lado e improvisou um contracanto para "o bife". Enquanto ambos tocavam juntos, Paderewski sussurrava ao ouvido do menino:
- Continue. Não pare, filho. Continue tocando... não pare.. não desista.

Assim é conosco. Trabalhamos duro em nosso projetos, que parecem tão insignificantes quanto "o bife" em uma sala de concertos. E quando estamos prontos para desistir, aparece o Mestre, que se inclina e sussurra:

"Agora continue, não desista. Continue... não pare, não desista"

(Extraído da obra Growing Strong in the Seasons of Life, de Charles Swindoll)

Amor de Deus


 (Extraído da obra Ouvindo Deus na Tormenta, de Max Lucado)

          Por que uma mãe ama seu filho recém-nascido? Porque o bebê é dela? Muito mais do que isto. Porque o bebê é ela. É sua carne. Sua medula e sua espinha. Sua esperança, seu legado. Não importa que a criança nada possa lhe dar. Ela sabe que um recém-nascido é frágil e indefeso. Sabe que os bebês não pedem para vir ao mundo.
          Deus sabe que também não pedimos para nascer.
          Somos ideia sua. Somos dEle. Sua face, seus olhos, sua mãos, seu toque. Nós "somos Ele".

         Olhe profundamente no rosto de cada ser humano sobre a terra e você verá esta semelhança. Embora alguns pareçam ser parentes distantes, não o são. Deus não tem primos; somente filhos.
         Somos, por mais incrível que pareça, o corpo de Cristo. E embora possamos agir diferente de nosso Pai, não existe verdade maior que esta; somos dEle. Inalteravelmente, Ele nos ama. Imortalmente. Nada pode nos separar do amor de Cristo (Rm 8:38-39)
        Se Deus não tivesse dito estas palavras, eu estaria sendo muito tolo ao escrevê-las. Mas como Ele disse, eu seria muito tolo se não as acreditasse. Nada pode nos separar do amor de Cristo. Mas como é difícil, para alguns, aceitar esta verdade.
         Você pensa que cometeu um ato que o coloca fora deste amor. Uma traição. Uma deslealdade. Uma promessa não cumprida. Você acha que Ele o teria amado mais se não tivesse feito isso, não é? Você acha que se fosse uma pessoa melhor, seu amor seria mais profundo, certo?
        Errado. Errado. Errado.
        O amor de Deus não é humano. Seu amor não é "normal". Seu amor vê você pecar e ainda sim Ele o ama. Será que Ele aprova os seus erros? Não. Mas você se arrepende para o seu próprio bem, ou para o bem dEle? Para o seu próprio bem, é claro. O ego de Deus não precisa de desculpas. Seu amor não precisa de justificativas, e não é vaidoso.
       Além do mais, Ele não podia amá-lo mais do que está amando agora.
                           

Ser aprovado e Usado por Deus

  Oi Mel,

    Estive pensando em algumas mensagens que você tem postado e fiquei com vontade de comentar.

   Acho a igreja de nosso tempo muito perdida. Mesmo assim podemos ver a graça de Deus em muitos lugares, sentir sua presença e até ouvir histórias interessantes sobre o mover Dele em pessoas tão diferentes, com teologias tão distintas, até divergentes em alguns casos. Por vezes me pergunto quem está com a razão?

    Longe de mim querer julgar meus irmãos e semear mais discórdia no meio da igreja.
Contudo tenho pensado em algo interessante. A manifestação de Deus não serve como endosso ou garantia de aprovação de alguém ou de algum ministério, está muito mais ligada ao cumprimento de seus propósitos. Visto que encontramos na Bíblia momentos que Ele usou pessoas ímpias e más para fazer valer sua vontade até os chamando de ungidos como fez com o perverso rei Ciro. Por outro lado a Bíblia ensina que a manifestação do poder de Deus é um sinal da chegada do reino de Deus, do governo de Dele.


    Por vezes vemos a manifestação de dons espirituais impressionantes, como a habilidade de pensar e pregar do pr Caio Fábio, de reter conhecimento com tanta sabedoria  e discernimento como do dr Gilberto Pickering, e mesmo manifestações em ambientes de culto, em momentos de oração e louvor. Todavia isso também não garante a ninguém um status de servo intocável do Altíssimo. Por exemplo vemos em êxodo que quando Deus não suportava mais conviver com o pecado do povo de Israel sem que os destruísse, Deus ofereceu a eles um anjo para proteção e a garantia do cumprimento das promessas Dele. Israel teria o sobrenatural e as promessas mas não teriam a comunhão e presença de Deus no meio dele. O pecado não impediria o cumprimento do propósito de Deus


    No  livro O Evangelho Puro e Simples, C. S. Lewis nos traz um ensinamento interessante, ele nos mostra que o diabo, nosso adversário, sempre coloca suas armadilhas aos pares, visto que o ser humano tem a tendência de andar nos extremos. Quando percebemos nossos erros nos dirigimos ao lado oposto para evitar cairmos no mesmo erro, mal sabendo que encontraremos alí a proxíma cilada. Quando falávamos apenas de guerra espiritual e vivíamos num mundo imaginário, desumano e percebemos nosso erro fomos para o outro extremo e deixamos de praticar todas as lições tão duramente aprendidas. Ao percebermos quão fariseus o legalismo havia nos transformado com sua camisa de força cheia de regras e aparências, buscamos refúgio na graça barata, sem compromisso, sem cruz, sem discipulado, onde tudo nos convém. Hoje até os espíritas falam de Jesus, admiram seu amor, sua atenção aos pobres, elogiam as qualidades do Sermão do Monte, e nem por isso são discípulos de Jesus, o evangelho deles e o segundo Alan Kardec. 


     Parece que nos falta uma visão completa da palavra de Deus. O Velho Testamento tem sua importância, ali vemos o caráter de Deus, suas alianças, seu compromisso, dali tiramos tantos princípios para vivermos uma vida que agrade a Ele. Os evangelhos são o coração da Bíblia, onde Jesus é o centro, Ele nos ensina a amar, a servir, é o nosso exemplo, assim como Ele viveu devemos viver também. Mais ainda existe o complemento da palavra, com história, ensino e profecia. Acho que a igreja precisa viver o evangelho de forma integral. Amar é o mais importante, porém não é a unica coisa. A graça é o meio de nos achegarmos a Deus, mas sem a visão do discipulado, da cruz, da auto negação, da compreensão do reino de Deus ela se torna sem efeito. Não dá para nos colocar em primeiro lugar e confiar no perdão e na graça, ou dizer que se fazemos por amor é o que basta. 
    Desculpe me alongar tanto. É que não quero mais ficar admirado apenas pelos milagres e manifestações, não quero seguir pessoas por ver nelas dons maravilhosos, mas quero ver pessoas transformadas por Deus, pessoas quebrantadas diante Dele, quero ver compromisso com o reino mesmo que com prejuízo próprio, quero enxergar antes o fruto do Espírito que seus dons, primeiro a santidade e o caráter que a habilidade de ser usado por Ele. Enfim quero antes ser aprovado para também ser usado por Deus.
     

Abraço, Bruno Costa. 

Cartas para Deus



Cartas reais para Deus escritas por crianças traduzidas de original em inglês.
** Querido Deus, Eu não pensava que laranja combinava com roxo até que eu vi o por-do-sol que Você fez terça- feira. Foi demais!
Eugene
** Querido Deus, Você queria mesmo que girafa se parecesse assim ou foi um acidente?
Norma
** Querido Deus, Em vez de deixar as pessoas morrerem e ter que fazer outras novas, por que você não mantém aquelas que você tem agora?
Jane
** Querido Deus, Quem desenha as linhas em volta dos países?
Nancy
** Querido Deus, Eu fui a um casamento e eles se beijaram dentro da igreja. Tem algum problema com isso?
Neil
** Querido Deus, Obrigado pelo meu irmãozinho, mas eu orei por um cachorrinho.
Joyce
** Querido Deus, Choveu o tempo todo durante as nossas férias e como meu pai ficou zangado! Ele disse algumas coisas sobre você que as pessoas não deveriam dizer, mas eu espero que você não vá machucá-lo.
Seu amigo (mas eu não vou dizer quem eu sou)
** Querido Deus, Por favor, me mande um pônei. Eu nunca te pedi nada antes,você pode checar.
Bruce
** Querido Deus, Eu quero ser igualzinho ao meu pai quando eu crescer, mas não com tanto cabelo no meu corpo.
Sam
** Querido Deus, Eu aposto que é muito difícil para você amar a todas as pessoas no mundo. Na nossa família tem só quatro pessoas e eu nunca consigo…
Nan
** Querido Deus, Meus irmãos me falaram sobre nascer de novo, mas soa muito estranho.Eles estão só brincando, não é?
Marsha
** Querido Deus, Se você olhar para mim na igreja domingo, eu vou te mostrar meus sapatos novos.
Mickey
** Querido Deus, Nós lemos que Thomas Edson fez a luz. Mas na escola dominical nós aprendemos que foi você. Eu acho mesmo que ele roubou sua idéia.
Sinceramente,
Donna
** Querido Deus, Eu não acho que alguém poderia ser um Deus melhor que você. Bem, eu só quero que saiba que não estou dizendo isso só porque você já é Deus.
Charles
** Querido Deus, Talvez Caim e Abel não matassem tanto um ao outro se eles tivessem seu próprio quarto. Isso funciona com meu irmão.
Eddie
Algumas do Brasil:
** Querido Deus, Faça o meu pai lembrar de trazer de presente tudo o que eu esqueci de pedir.
Robin
** Tia disse: Seu irmão nasceu, era muito bonitinho e foi direto morar com Jesus—explicando que o neném havia morrido. As crianças estavam em pé, ouvindo atentamente. O mais velho, de quatro anos, põe a mão no ombro do irmão de três anos, e ora: Papai do céu, leva o Viquinho também!?
Ciro

Somos forasteiros




"Sou peregrino na terra; não escondas 
de mim os teus mandamentos". Sl 119:9


Hoje resolvi reescrever uma das experiências mais marcantes que tive com Deus.
Aconteceu quando fui morar em outro país.

Sabemos que nosso pais é grande e mudar de uma região para outra traz consigo algumas mudanças culturais. Comidas, sotaque, clima...

Ao mudar de país as mudanças são um pouco mais "dramáticas".
No começo tudo é novidade. A neve é linda, a comida maravilhosa, as pessoas são muito simpáticas. Tudo é muito interessante e diferente.

Depois de um tempo começamos a comparar e sentir falta de certas coisas até então detalhes. Desde a comida, cheiros, pessoas, coisas, lugares. Lembro bem do diálogo que travava comigo mesma perto de voltar para o Brasil enquanto fazia uma caminhada pelo meu bairro em um lindo dia de sol. Pensava assim:

- Por mais que meu inglês esteja melhor, sempre terei sotaque. Sempre alguém saberá que não sou desse país.
- Por mais que eu me acostume com a comida (não era tão difícil assim), sempre vou sentir falta e lembrar da comida de casa.
- Meu tipo físico denuncia uma latina. Nunca vão achar que sou dali. Minhas roupas são diferentes.
Continuei com esse pensamento por muito tempo. Pensava em todas as coisas que eram diferentes. Tudo que eu nunca conseguiria fazer igual.

Por que pensava assim? Me incomodava o fato de não pertencer e de ser diferente. Nunca tinha tido esse tipo de sentimento. Foi a primeira vez.

Lembro bem que minha conclusão final foi: 
- Não tem jeito. Eu não sou daqui.

Minha conclusão final veio acompanhada de um sentimento muito grande de não pertencer. Fiquei triste.

Foi aí que ouvi aquela voz que foi lá no fundo do meu coração dizendo: 
"Filha, o mesmo sentimento que você tem em relação a não pertencer a esse país, quero que você tenha em relação ao mundo. Você não pertence a esse mundo, você é forasteira. Aqui não é seu lar. Seu lugar é outro."

Reescrevo essa experiência mais de dez anos depois. Ainda lembro do momento, do sentimento que tive. Parece que foi ontem. E o impacto é o mesmo.

Eu entendi e nunca esqueci essa mensagem.

Fico emocionada até hoje em pensar que Deus estava ali comigo enquanto eu pensava em quão estranha eu parecia em um país diferente. E Ele tinha uma resposta para mim. Ele queria me dizer algo a respeito.

Filha, sua casa é outra. Estou preparando ela pra você.

Juro que nesse exato momento, não há nada que eu deseje mais.


Mel Cruz