Suspense Global



Por Philip Yancey


O “truque” da fé é acreditar  de antemão no que só fará sentido no futuro.

Dando uma olhada numa pilha de revistas Time recentemente, fiquei impressionado em como diferente o mundo está comparado com 30 anos atrás. 
Naquele tempo a capa da revista trazia uma reportagem sobre “A vinda da era do gelo”. Hoje lemos sobre aquecimento global e devastadores tsunamis. O mapa mundial aparecia com uma larga faixa vermelha indicando o crescimento do comunismo pela Indochina e Africa. Economistas previam o fim da dominância dos EUA e uma potencia formada pelos EUA , Rússia, China, Japão e Europa. De todos os continentes, a Africa é hoje a que oferece a mais brilhante perspectiva de crescimento.
Em uma revista mais recente, agosto de 2001, li uma devastadora reportagem sobre o caso de uma funcionária da Casa Branca com um membro do Congresso . Procurei em vão pelas palavras Al Qaeda e Osama Bin Laden. De alguma maneira, olhando em retrocesso, todos os eventos políticos na minha vida, incluindo  a guerra contra o terrorismo e o fim da guerra fria não foram previstos. Ao folhear essas revistas, tentei me lembrar do sentimento daquela época, quando eu verdadeiramente temia uma guerra nuclear, quando Saddam Hussein era um aliado Americano e o Líbano era o mais perigoso país do Oriente Médio.
Exatamente hoje em dia, considerando a guerra no Iraque, a ascendência da China, a proliferação nuclear do Irã e Coréia do Norte, percebemos que somos incapazes de prever o rumo da história.
Enquanto refletia no nosso pobre registro de previsão de futuro, lembro do fato da Bíblia oferecer tantos casos de espera. Abraão esperando seu único filho. Israelitas esperando quatro séculos pelo livramento e Moisés quatro décadas pelo chamado para liderá-los e mais quatro décadas pela Terra Prometida que não chega a tomar posse. Davi esperando em cavernas pela sua coroação. Profetas esperando o comprimento de suas “estranhas” profecias. Maria e José, Ana, Simeão esperando como todos os judeus pelo Messias. Os discípulos esperando impacientemente Jesus agir como o poderoso Messias que tanto esperavam.
E até hoje esperamos. A ameaça nuclear da USSR nunca aconteceu assim como USSR por si mesma. Hoje tememos as “bombas sujas” lançadas por terroristas. Não mais tememos a era glacial, só se o gelo derreter. Um grande terremoto no oceano Índico foi mais destrutivo do que o vírus SARS. Como todas essas crises vão passar? Não sabemos.

As palavras finais de Jesus foram: “Virei em breve” seguida por Amém. Essa oração permanece sem resposta entre uma era da história que vai da sua primeira vinda a terra como bebê e sua segunda como descrito em Apocalipse.
Nos últimos dias, disse Pedro, alguns vão zombar do que foi profetizado: “Cadê essa vinda prometida?. ” Pedro acreditava que o fim de tudo está próximo e depois de dois milênios de espera esses zombadores são maioria.
Na época da segunda guerra mundial, americanos eram mantidos presos em campos Alemães. Escondidos dos guardas, alguns deles construíram um pequeno rádio e se mantinham atualizados sobre as notícias da guerra, antes mesmo das informações chegarem ao ouvido dos alemães do seu acampamento. Num certo dia, notícias sobre fim do domínio alemão e fim da guerra, chegaram ao ouvido desses americanos.
Por três dias, os prisioneiros eram irreconhecíveis. Cantavam, brincavam com os guardas, riam dos pastores alemães, contavam piadas durante as refeições.
Quando acordaram no quarto dia, descobriram que todos os alemães tinham fugido deixando as portas abertas. O tempo de espera tinha chagado ao fim.

E essa é a pergunta que me faço: Nós como cristãos que vivemos numa sociedade em crise, porque vivemos com tanto medo e ansiedade? Porque nós, como os prisioneiros, não agimos de acordo com as Boas Novas que dizemos que acreditamos? O que é a fé, afinal de contas, senão crer de antemão no que só fará sentido no futuro?

Mesmo quando Está Escuro

Ele era um homem forte que estava enfrentando um inimigo mais forte.

Sua jovem esposa ficou gravemente enferma e faleceu, deixando o homenzarrão sozinho e uma filha loirinha, de olhos grandes, que ainda não havia completado cinco anos.

A cerimônia fúnebre na pequena capela da cidade foi simples e carregada de dor. Após o sepultamento no pequeno cemitério, os vizinhos do homem reuniram-se ao redor dele.
- Por favor, venha com sua filha passar alguns dias conosco - disse alguém. Vocês não devem voltar para casa ainda.

Mesmo diante de tanto sofrimento, homem disse:
- Obrigado, meus amigos, pela oferta generosa. Mas nós precisamos voltar para casa. Minha filhinha e eu precisamos enfrentar a dor.
Assim, o homenzarrão e a menina voltaram para casa, que agora parecia vazia e sem vida. O pai colocou a cama da filha em seu quarto, para que eles pudessem passar juntos a escuridão da primeira noite.

Os minutos passavam lentamente, e a menina estava tendo grande dificuldade para dormir...a mesma do pai. O que pode afligir mais o coração de um pai do que ver uma criança soluçando de saudades da mãe que nunca mais vai voltar?
A menina continuou a chorar noite adentro. O homem esticou o braço para tentar consolá-la da melhor maneira possível.

Após alguns instantes, a menina conseguiu parar de chorar, mas apenas por dó do pai. Pensando que a filha já estava dormindo, o pai olho para cima e orou, com voz entre acordada: Eu confio em ti, ó Pai, mas... a noite está escura demais!
Ao ouvir a oração do pai, a menina começou a chorar novamente.
- Eu pensei que você estivesse dormindo, querida - ele disse.
- Eu tentei, papai. Estava triste por você. Eu tentei de verdade. Mas não consegui dormir. Papai, você já viu uma noite tão escura assim? Por que, papai? Eu não posso ver você. Está escuro demais.
- Em seguida, por entre as lágrimas, a menina disse baixinho:
- Mas você me ama mesmo quando está escuro, não é verdade, papai? Você me ama mesmo quando eu não posso enxergar você, não é verdade, papai?

Como resposta, o homem pegou a filha da cama com suas mãos enormes, colocou-a de encontro ao peito e segurou-a carinhosamente até ela dormir.
Quando ela se aquietou, o homem voltou a orar. Assumiu para si todo o choro da filha e o transferiu para Deus.
"Pai, a noite está escura demais. Não posso te enxergar. Mas tu me amas, mesmo quando está escuro e eu não posso te enxergar, não é verdade, Pai?"

Naquelas horas tão tenebrosas, o Senhor o tocou dando-lhe novas forças para prosseguir. Ele sabia que Deus continuaria a amá-lo mesmo no escuro


Ron Mebl
Histórias para o Coração de Alice Gray

O Movimento Continua


Lindo esse texto que li hoje. Espero que goste...
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A crença do filósofo francês Voltaire: A Bíblia e o cristianismo acabariam em cem anos. Ele morreu em 1778; o movimento continua

O pronunciamento de Friedrick Nietzsche em 1882: "Deus está morto". O alvorecer da ciência, acreditava ele, seria o acaso da fé. A ciência alvoreceu; o movimento continua.

Como um dicionário comunista definiu a Bíblia: "É uma coleção de lendas fantásticas sem nenhum apoio científico". O comunismo está desaparecendo; o movimento continua.

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É a descoberta de todos que tentaram sepultar a fé. A mesma dos que tentaram sepultar seu fundador: ele não ficou na tumba.

Os fatos: o movimento nunca foi tão forte. Cerca de um bilhão de católicos e quase o mesmo número de protestantes.

A pergunta: como se explica isso? Jesus foi um camponês de um lugar atrasado qualquer. Nunca escreveu um livro, nunca teve uma posição importante. Nunca se afastou mais de trezentos quilômetros de sua cidade natal. Os amigos o abandonaram. Um o traiu. Aqueles a quem ajudou se esquecerem dele. Antes de sua morte, as pessoas o abandonaram. Mas, depois de sua morte, não puderam resistir-lhe. O que provocou a mudança?

A resposta: sua morte e ressurreição. Pois, quando ele morreu, o mesmo aconteceu com o pecado que você tem em sua vida. Quando ressuscitou, a sepultura onde você será enterrado deixou de ser uma residência definitiva para transformar-se numa habitação temporária.

A razão de ter feito isso: a face que você vê quando olha o espelho.

O veredicto após dois milênios: Herodes estava certo; só há lugar para um Rei.

"O amor [...] tudo suporta" (ICo 13:4-7)

Ele poderia ter desistido. Ninguém ficaria sabendo. Jesus poderia ter desistido.

Uma olhada na tumba poderia tê-lo desanimado. Deus está tão desimpedido quanto o ar e tão livre quando o céu. Como poderia reduzir seu mundo ao ventre de uma jovem por nove meses?

Nove meses? Eis outra razão para desistir. Os céus não possuem meses. Não há tempo no céu. Ou talvez, melhor dizendo, o céu em todo o tempo. Nós é que estávamos ficando sem ele. O nosso passa tão rápido que o medimos em segundos. Será que Cristo não preferia estar do outro lado da cordilheira do tempo?

Do jeito como foram as coisas, pouca gente notou quando ele veio. Não houve nenhuma parada em Belém. Não se promoveu um banquete. Talvez você ache que um feriado tivesse sido adequado. Ou pelo menos algumas flâmulas no estábulo.

Ah, o estábulo. Não seria essa outra razão para Cristo recuar? Estábulos são malcheirosos, sujos. Não tem chão de linóleo nem mascaras de oxigênio. Como poderia cortar o cordão umbilical? E quem cortaria? José? Um carpinteiro sem importância de uma cidade longínqua? Não há um pai melhor para Deus? Alguém com instrução, com pedigree. Alguém com um pouco de influência? Esse camarada não conseguiu nem sequer arrumar um quarto no hotel. Você acha que ele preenche os requisitos para ser o pai do Criador do Universo?

Jesus poderia ter desistido. Imagine a mudança que precisou fazer, a distância que teve de viajar. Como seria tornar-se carne?

O amor vai onde é necessário... e Cristo viajou da eternidade sem limite para ser confinado pelo tempo e tornar-se um de nós. Não precisava fazê-lo. Ao primeiro sinal do mal cheiro do estábulo, diante da primeira rajada de ar frio. Na primeira vez em que arranhou o joelho ou assoou o nariz ou comeu pão queimado, poderia ter virado as costas e ido embora.

Quando viu o chão poeirento de sua casa em Nazaré. Quando José lhe deu uma tarefa a cumprir. Quando seus colegas de escola cochilaram durante a leitura da  Torá, a sua Torá. Quando o vizinho tomou seu nome em vão. Quando o fazendeiro preguiçoso culpou a Deus pela colheita ruim. Em qualquer momento Jesus poderia ter digo: "Chega! Já basta! Vou para casa". Mas ele não fez isso.

Não o fez, porque ele é amor. E o "amor [...] tudo suporta" (ICO 13:4-7)


Do livro Seu Nome é Jesus
Max Lucado

Deus na neblina



É uma neblina escura que sorrateiramente aprisiona a alma e impede a fuga fácil. É uma névoa silenciosa que eclipsa o sol e acena para a escuridão. É uma nuvem pesada que não tem hora e nem respeita alguém. Depressão, desencorajamento, desapontamento, dúvida... Tudo isso acompanha esta terrível presença.

A neblina do coração partido desorienta a nossa vida. Fica mais difícil ver o caminho. Diminua os faróis. Limpe o pára-brisa. Reduza a velocidade. Você pode fazer o que quiser é tudo inútil. Quando essa neblina nos cerca, a nossa visão fica bloqueada e o amanhã parece estar distante, como uma eternidade. Quando a escuridão nos envolve, as mais ardentes palavras de ajuda e esperança não passam de frases inexpressivas.

Se você já foi traído por um amigo, sabe a respeito do que falo. Se já foi dispensado por um cônjuge, ou abandonado por um pai, já contemplou esta neblina. Se já jogou um punhado de terra sobre o caixão de um ente querido, ou esteve um vigília a cabeceira de um doente, também reconhece esta nuvem.

Se já esteve ou se encontra nesta neblina, pode ter certeza de uma coisa – você não está sozinho. Até mesmo o mais experiente dos comandantes se perdeu por causa do aspecto desta nuvem...
Pense nos últimos dois ou três meses. Quantos corações partidos você encontrou? Quantos espíritos feridos testemunhou? Quantas histórias de tragédias já leu?
A lista continua, não é mesmo? Tragédias na neblina. Como cegam a nossa visão, e destroem os nossos sonhos. Esqueça qualquer grande esperança de abraçar o mundo. Esqueça qualquer plano de mudar a sociedade. Esqueça qualquer aspiração de mover montanhas. Esqueça tudo isso. Simplesmente me ajuda a passar esta noite!
O sofrimento de um coração partido...

Ver a Deus... traz bênçãos para o nosso próprio sofrimento. O Senhor nunca foi mais humano do que nesta hora. Nunca esteve mais perto de nós do que quando se encontrava ferido. A encarnação nunca foi mais completamente cumprida do que no jardim.
Como resultado, aquele tempo passado no nevoeiro pode ser o maior presente de Deus. Pode ser a hora em que finalmente vemos o nosso Mestre... Talvez em meio ao nosso sofrimento possamos ver o Senhor como nunca o contemplamos antes.

Da próxima vez que estiver diante dos sofrimentos, preste atenção. Pode ser por intermédio deles que você se aproximará mais de Deus. Esteja bastante atento. Pode perfeitamente ser que a mão que se estende para lhe guiar para fora do nevoeiro esteja perfurada!

No Wonder They Call Him the Savior
Max Lucado

Vaidade tudo é vaidade!


"Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, 
e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito" Ec 1:14

Sou fascinada pelo livro de Eclesiastes. Sempre fui! Eclesiastes e Provérbios são sem sombra de dúvidas meus livros preferidos.

Eu não sei o que aconteceu para Salomão chegar a conclusão de que tudo é vaidade, mas eu volta e meia tenho a mesma sensação. Veja que não sou nenhuma rainha, nunca construí castelos, obras magníficas, casas, vinhas, hortas, jardins, tanques de águas. Nunca adquiri servos, servas, grande possessão de vacas e ovelhas. Muito menos amontoei para mim prata, ouro, joias de reis. 

Acho que gostaria de dizer (será?) que tudo quanto desejaram meus olhos não os neguei. 

Gosto dos questionamentos que Salomão faz. Parece que entrou numa crise existencial e ele fala disso logo no segundo versículo do livro: "Que vantagem tem o homem de todo o seu trabalho, que ele faz debaixo do sol?" (1:2)

O que o mundo prega hoje? Seja feliz! Tenha sucesso! Busque a alegria! Não é verdade?! 
Querem ver o que Salomão diz?:

" Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete" 6:2
" Melhor é a tristeza do que o riso, porque com tristeza do rosto se faz melhor o coração" 7:3
" O coração dos sábios está na casa do luto, mas o coração dos tolos, na casa da alegria" 7:4
" O que amar o dinheiro nunca se fartará de dinheiro;  e quem amar a abundância nunca se fartará da renda" 5:10

Tenho certeza que você já fez alguns dos questionamentos a seguir: "O que eu estou fazendo?" ou " Pra que gastei tanto tempo fazendo isso? " ou "Pra que me formei nesse curso?" ou "O que estou fazendo da minha vida?" ou "Estou me relacionamento com a pessoa certa?" ou "Será que estou insistindo num erro?" e finalmente... "Deus!! O que o Senhor quer de mim?"

No capítulo 3, Salomão diz que há tempo para tudo:
  • Tempo de nascer e tempo de morrer
  • Tempo de plantar e tempo de arrancar
  • Tempo de matar  e tempo de curar
  • Tempo de derribar e tempo de edificar
  • Tempo de chorar e tempo de rir
  • Tempo de prantear e tempo de saltar ( e o texto continua...)
As vezes achamos, mesmo inconscientemente, que nossa vida deveria consistir em "apenas": nascer, plantar, curar, edificar, rir e saltar - as partes boas. E achamos também, que pelo fato de acreditarmos num Deus poderoso, que cuida de nós, a parte "negativa" não deveria acontecer. Ou pelo menos.... são coisas que devem acontecer com os pecadores, aqueles que fazem coisas horríveis e abomináveis. 

Eu sempre inocentemente achei que coisas muito graves não aconteceriam comigo, nem com minha família. Só que um dia  minha mãe adoeceu de câncer, na cabeça, raro e fatal. Faleceu um ano depois. Na  época eu não entendi. Até tentei entender o porquê, mas nunca obtive respostas e minhas tentativas em encontrá-las me deixaram em um estado lamentável. Câncer na MINHA família?! Impensável!

No começo, as pessoas diziam: " Nós vamos orar e sua mãe vai ficar boa!" ou "Deus vai curá-la!". 
Deus poderia ter curado minha mãe?! Claro! 
E quando Deus escolhe fazer aquilo que não esperamos? Ele deixa de ser Deus ou de nos amar? 

Hoje em dia, quando eu vejo tragédias, desastres, divórcios, tsunamis, enchentes e tantas outras coisas matando tanta gente eu não penso: "Ufa! Deus me livrou, isso nunca vai acontecer comigo!" Hoje sou um pouco mais humilde e digo: "Obrigada Senhor porque o Senhor me livrou, mas caso aconteça alguma coisa comigo, sei que o Senhor está no controle! Me livra de todo mal e guia meus passos."

Posso ter situações de doença grave na família? Lógico! Posso me envolver em acidente trágico? Sim! O que pode ou não acontecer comigo? Não sei! Mas sei que independente de qualquer coisa, Deus está no controle e me ama. O resto é resto....

" Mas, se o homem viver muitos anos e em todos eles se alegrar, também deve se lembrar dos dias das trevas, porque hão de ser muitos. Tudo quanto sucede é vaidade" 11:8

Quase terminando o livro Salomão diz: " Alegra-te jovem, na tua mocidade, e alegra-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas essas coisas te trará Deus a juízo. Afasta, pois, a ira do teu coração e remove da tua carne o mal, porque a adolescência e a juventude são vaidade."

Volta e meia gosto de repensar tudo o que fiz, todos os trabalhos onde passei, as pessoas que conheci, viagens que realizei, sonhos e desejos, lugares onde morei... O que deu certo e o que acho que poderia ter sido diferente.

Gosto de tudo isso mas hoje encontro prazer nas coisas mais simples. Dar banho no meu filho que nunca quer entrar no banho e nunca quer sair. Passear de mãos dadas com ele até a padaria. Fazer o dever com minha filha que nunca quer fazer e quando quer fazer é de frente pra televisão. Ver filme com meu marido deitada na cama. Ouvir uma boa música. Deitar na rede da varanda e olhar o céu. Curtir a terceira gravidez que acabei de descobrir!

E para terminar mesmo, de verdade, deixo os últimos versículos de Eclesiastes: 

" De tudo o que tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau."

Mel Cruz






Coração como Quarto de Hotel?



     A expressão "direção de Deus", ou "vontade de Deus", às vezes parece confusa. Parece extremamente distante das coisas como vender seguros, limpar a casa, ou levar o cachorro ao veterinário para tomar vacina. Parece implicar ser constantemente estático quanto a "encontrar Jesus", ou viver na "nuvem nove" sem interrupção. Suponho que isto pode fazer parte desta condição. Porém muitos cristãos, tanto novos como antigos, apresentam um jargão eclesiástico tão "clamoroso" sobre o assunto, que dão a impressão de que Deus é para poucas pessoas da elite "espiritual" ou "santa".

     Isto deixaria de fora a maioria de nós, não deixaria, Senhor Deus?... Jesus disse aos seus discípulos que partiria, mas enviaria alguém que desse prosseguimento á sua obra. Este seria o Consolador, o Ajudador, para nos lembrar e nos guiar. Se Ele não fosse nos guiar em todas as coisas, como saberíamos quando estaria conosco ou não?
     Ocorre-me que, se estou sintonizado em Ti, Jesus, sou guiado em tudo o que faço. Isto poderia incluir coisas simples no escritório, no serviço doméstico, até mesmo atender o toque impertinente do telefone para dar a uma alma esquecida e solitária um pouco de mim mesmo.
     Depois de muitas tribulações e erros, Senhor, acho que aprendi algo sobre a tua vontade em minha vida. E a chave é tão simples. Muito frequentemente bati obstinadamente minha cabeça contra a porta da decisão e da oportunidade que eu queria abrir. E muito frequentemente nada aconteceu. A porta simplesmente não se mexeu. Em outras vezes quando nós dois estávamos sintonizados no mesmo canal, ma coloquei a mão no trinco, a porta se abriu. Tudo derramado: felicidade, oportunidades de criatividade, presentes espirituais, relacionamentos mais profundos com amigos, e quando o momento estava certo, uma chance de compartilhar o teu amor com alguém... A tua direção parece aumentar  progressivamente, Deus, quando confiamos em ti em dezenas de pequenas ações e decisões. Aprendemos a buscar a tua direção em momentos de grandes acontecimentos, e até nas tragédias em nossa vida. Gradualmente começamos a confiar em ti em tudo o que fazemos, mesmo naquilo que possa parecer insignificante.

A sua vida é como um hotel, com certos quartos sinalizados com a placa: "Não Perturbe?" Abra um destes quartos a Deus. Se você é um pianista, dê e o seu treino ou execução a Deus. Se é um juiz de basquete, dê o seu jogo a Deus. Não importa qual seja o seu papel na vida ou a sua ocupação, viva cada aspecto de sua existência para honrar a Deus.


(Extraído da obra Struggles of a Sinner Saint, de Lucille Laveder)

Você desiste fácil dos seus sonhos?!


     Imagino que todas as pessoas acalentem sonhos, mas o que a maioria faz para transformá-los em realidade? Larry Walters faz parte de um grupo relativamente restrito de pessoas que conseguiram realizar seu sonho. Sua história é verdadeira, embora pareça difícil de acreditar.

     Larry era motorista de caminhão, mas o sonho de sua vida era voar. Quando se formou no curso secundário, alistou-se na Força Aérea com a esperança de tornar-se piloto. Infelizmente, não conseguiu seu intento por ter a visão fraca. Depois de deixar o serviço militar, ele teve de contentar-se em ver outras pessoas pilotando os caças a jato que cruzavam os céus, sobrevoando seu quintal. Sentando em sua cadeira, ele sonhava com a mágica de voar.
     Certo dia, Larry Walters teve uma ideia. Dirigiu-se ao depósito de materiais excedentes da Marinha/Aeronáutica de sua cidade e comprou um tanque de hélio de 45 balões atmosféricos. Esses balões são diferentes daqueles coloridos usados em festas. São muito resistentes e medem mais de um metro de diâmetro depois de totalmente inflados.
     Larry voltou a seu quintal e usou as tiras para amarrar os balões à sua cadeira, uma espécie de cadeira preguiçosa como essas que você deve ter em seu jardim. Prender a cadeira ao para-choque de seu jipe e inflou os balões com hélio. Em seguida, fez um pacote com sanduíches e refrigerantes e carregou uma arma, imaginando que poderia usá-la para estourar alguns balões quando chegasse o momento de aterrissar.
     Depois de tudo pronto, Larry Walters sentou-se na cadeira e cortou o fio que a prendia ao pára-choque. Seu plano era flutuar lentamente até retornar à terra firme. Mas as coisas não funcionaram como ele desejava.
     Quando cortou o fio, Larry não flutuou lentamente; projetou-se para cima como um tiro de canhão! Também não subiu algumas centenas de metros. Subiu, subiu, até chegar a uma altura de mais de 3.000 metros! Naquela altitude, ele não podia arriscar-se a estourar um dos balões. Temia desequilibrar a carga e sair voando de verdade! Assim, resolver ficar ali, flutuando no ar durante 14 horas, totalmente sem saber como faria para descer.
     Finalmente, Larry desviou-se para as proximidades de um corredor aéreo do Aeroporto Internacional de Los Angeles. Um piloto da Pan-Am chamou a torre pelo rádio e informou que acabara de ver um sujeito sentado em uma cadeira preguiçosa a uma altura de mais de 3.000 metros, segurando uma arma no colo. (Seguiu-se um diálogo que eu daria tudo para ter ouvido!)
     Los Angeles fica às margens do oceano, e você deve saber que, quando a noite cai, os ventos da costa mudam de direção. Quando o céu escureceu, Larry começou a voar em direção ao mar. Naquela altura dos acontecimentos, a Marinha já havia enviado um helicóptero para regatá-lo. Mas a equipe de salvamento teve grande dificuldade para aproximar-se dele, porque o vento provocando pelas hélices afastavam cada vez mais a engenhoca inventada por Larry. Depois de muito esforço, o helicóptero conseguiu pairar sobre ele, e  um dos homens desceu uma corda para conduzir Larry de volta à terra.
     Assim que pisou em terra firme, Larry foi preso. Enquanto ele estava sendo conduzido à prisão, algemado, um repórter de televisão gritou:
    - Sr. Walters, porque o senhor fez isso?
    Larry parou, encarou o repórter e responder com indiferença:
     - Um homem não pode ficar sentado à toa.

Do livro "Histórias para o Coração"  - Howard Hendricks com Chip MacGregor

Lindo Palácio, Mas Nenhum Rei


     As lendas do Taj Mahal. Todas são fascinantes, mas há uma que nos persegue.
     
A esposa favorita do imperador mongol Shah Jahan morreu. Ele ficou arrasado e resolveu honrá-la construindo um templo para lhe servir de sepulcro. Seu ataúde foi posto no centro de uma grande área de terra, e começou-se a construção do templo ao seu redor. Nada se pouparia, contanto que seu lugar de repouso final fosse magnífico.

     Mas, á medida que as semanas se tornavam meses, o sentimento de perda do xá foi eclipsado por sua compaixão pelo projeto. Ele não se lamentava mais a falta dela. A construção o consumia. Um dia, andando de um lado da construção para outro, sua perna bateu numa caixa de madeira. O príncipe sacudiu o pó de sua perna e ordenou que a caixa fosse retirada dali.

     Shah Jahan não sabia que havia ordenado a retirada dos restos mortais da esposa, agora esquecida, escondida debaixo de camadas de tempo e de poeira.
     A pessoa que se pretendia homenagear com o templo foi esquecida, mas, de qualquer maneira, o templo foi construído.

     Difícil de acreditar? Talvez. No mínimo, muito estranho.
     Pode alguém construir um templo e esquecer porque o construiu? Pode alguém construir um palácio e esquecer o rei? Pode alguém esculpir uma imagem e esquecer o herói?

     Responda você mesmo estas questões. Responda-me numa igreja. Da próxima vez que você entrar numa assembleia para adorar, coloque-se numa posição em que possa ver o povo. Então decida.
     Você pode identificar os que se lembram do sacrificado. Eles estão de olhos abertos e num estado de expectação. São crianças que observam a abertura de um presente. São servos silentes perante um rei que passa. Você não cochila na presença da realeza. E você não boceja ao receber um presente, especialmente quando o doador é o próprio rei.

     Você pode identificar também os que veem apenas o templo. Seus olhos se movem em diferentes direções. Seus pés se arrastam. Suas mãos rabiscam e suas bocas se abrem, não para cantar, mas para bocejar. Pois não importa quanto tentem quedar-se admirados, seus olhos começam a se dispersar. Todos os templos, mesmo o Taj Mahal, perdem seu brilho depois de algum tempo.

     Os admiradores do templo não ficam entendiados. Eles amam a igreja. Eles podem falar de seus programas e elogiam seu pastor. Eles não perdem o interesse. Eles põem chapéus, meias, casacos, gravatas e vem toda semana. Mas, mesmo assim, está faltando alguma coisa. Aquele a quem uma vez planejaram honrar não é visto há muito tempo.
     Mas os que tem visto não podem esquece-lo. Eles o encontram mais apesar do templo do que por causa dele. Eles retiram a poeira e se colocam em pé diante de sua tumba - a tumba vazia.
     Os que constroem templos e os que buscam o Salvador. Você os encontra nas mesmas igrejas,  nos mesmos bancos, e as vezes, com roupas semelhantes. Um vê a estrutura e diz: "Que grande igreja."  O outro vê o Salvador e diz: "Que grande Cristo!"
   Qual dos dois você vê?
O Aplauso do Céu - Max Lucado

Cinco da Tarde

Texto baseado em Mateus 20.1-34

                                             And the Angels Were Silent  - Max Lucado

Um certo fazendeiro precisava de trabalhadores.
Às seis da manhã, escolheu alguns homens, combinou o salário e enviou-os ao campo. Às nove, o fazendeiro voltou à agência de emprego e novamente escolheu mais alguns. Voltou ao meio-dia, às três da tarde e também as cinco.

O clímax da história é a ira que os trabalhadores de doze horas sentiram quando os outros empregados receberam o mesmo salário.

Quero prender-me a uma cena muitas vezes esquecida nesta história: a escolha. Você consegue vê-la? Ela aconteceu ás nove horas, ao meio dia, às três da tarde. Porém, mais importante ainda, aconteceu às cinco.

Cinco da tarde. Ora essa! o que um trabalhador pode ter para fazer no campo às cinco da tarde? Os melhores  já se foram. Os trabalhadores medíocres foram almoçar. A última leva foi às três. Que tipo de trabalhador restou para as cinco horas?
O dia todo havia sido desperdiçado. Eles não eram experientes. Não haviam sido treinados. Nem educados. Ficavam pendurados na escada com uma só mão. Absolutamente dependentes de um patrão bondoso que pudesse lhes dar uma oportunidade que não mereciam. Nós também éramos assim. Para não ficarmos muito convencidos, é bom aceitarmos o conselho de Paulo e olharmos para o que éramos quando Deus no chamou. Você se lembra?

Alguns de nós éramos refinados e inteligentes, porém frágeis como papel. Outros nem tentavam esconder o desespero - bebidas, drogas, crimes, tráfico. A vida era apenas procura de uma paixão. Procurávamos um tesouro escondido em um cofre vazio em um precipício.

Lembra-se de como você se sentia? Lembra-se do suor na testa e do vazio na alma? Lembra-se de como tentou esconder a solidão até que esta se tornou maior do que você, e a partir de então você tentou apenas sobreviver?
Pense por alguns momentos neste retrato. Agora, responda: porque Ele escolheu você? Por que Ele me escolheu? Sinceramente, por quê? De que Ele precisa em nós?
Inteligência? Por alguns minutos você é capaz de achar, sinceramente, que temos - ou algum dia poderemos ter - um pensamento que Ele não teve?

Força de vontade? Posso até pensar nesta ideia. Alguns são suficientemente teimosos para caminhar sobre as águas se pensarem que para isto foram chamados... Mas, pensar que o Reino de Deus teria se acabado sem nossa determinação?

E quando ao dinheiro? Chegamos ao Reino com aquele pouco que economizamos. Talvez seja por isto que fomos escolhidos. Talvez o criador do céu e da terra pudesse usar um pouco do nosso dinheiro. Talvez o Dono do ar que respiramos, de cada pessoa, e o Autor dessa história estivesse com pouco capital, visse nossa assinatura e...
Entendeu a ideia?
Fomos escolhidos pela mesma razão dos trabalhadores das cinco horas. Você e eu. Somos os trabalhadores das cinco.

Lá estávamos nós, nos debruçando na cerca do pomar, fumando cigarros que não tínhamos dinheiro para comprar, apostando cervejas que  nunca teríamos ou  jogando palitinho. Trabalhadores imigrantes sem emprego e sem futuro. No braço, uma tatuagem trazia o nome de uma mulher. Devíamos ter desistido e ido para casa depois do apito da hora do almoço, mas casa é apenas um quarto em uma pensão com uma esposa cuja primeira pergunta será: - Conseguiu alguma coisa ou não?
Então, só resta esperar. O extremamente pouco ou o tarde demais.

E Jesus? Bem, Jesus é o homem da "pick-up" preta que é dono das terras na colina. É o homem que nos viu enquanto dirigia e levantava a sua poeira. Ele parou e voltou até onde estávamos.

É aquele sobre quem você vai falar com sua esposa hoje à noite quando entrar no armazém com moedas tilintado no bolso. - Nunca vimos esse homem antes. Ele simplesmente parou, abaixou o vidro do carro e perguntou se queríamos trabalho. Estava quase no fim do expediente, mas ele disse que tinha um trabalho que não podei esperar. Juro, Marta, só trabalhei uma hora e assim mesmo ele me pagou o dia todo... Não, não sei o nome. Claro que vou descobrir. É bom demais para ser verdade, aquele homem.

Por que Ele escolheu você?

Por que Ele quis. Afinal de contas, você é dEle. Ele fez você. Ele levou-o para casa. Você lhe pertence. Numa certa vez, Ele bateu no seu ombro e fez com que você se lembrasse disso. Não importa o tempo que você esperou, ou quanto tempo foi desperdiçado, você é dEle e Ele reservou um lugar para você.


Mais um Dia das Mães

Mais uma vez, o Dia dias Mães está chegando e como não poderia deixar de ser, a semana fica um pouco nostálgica.


Vem-me a mente bons momentos com minha mãe.

Lembro no dia em que um pai de um amigo faleceu. Eu era adolescente e aquela cena, de uma pessoa no caixão e outras ao redor chorando, me chocou. Lembro que eu chorava, também pela perda do amigo, mas principalmente porque eu ficava imaginando: E se fosse meu pai? E se fosse minha mãe?

Nessa época da vida, temos tantos sonhos que pensar nesse tipo de coisa não faz parte.

Uma amiga me perguntou uma vez como é não ter mãe. Lembro que respirei fundo para não chorar. Ninguém nunca tinha me feito essa pergunta. Como é não ter mãe?! É como ter a sensação de uma saudade sem fim. É como se tudo estivesse bem, mas poderia estar melhor se ela estivesse por aqui. É aquela pessoa que você mais quer contar a novidade (seja boa ou ruim). Sabe aquela pessoa que precisamos saber a opinião urgentemente?! É a primeira pessoa que você pensa quando seu filho faz algo novo e logo vem a mente: se mamãe estivesse aqui para ver, ela ia adorar. E logo depois de tudo isso a saudade chega para não querer ir embora...

Na fase final da doença, tínhamos apenas uma hora de visita na UTI do hospital. Que lugar horrível! Quem já foi sabe bem o que estou dizendo. Não tem nada mais estranho do que ver uma pessoa deitada numa cama vivendo através de aparelhos. Eu sofria demais com aquela situação e sofria mais ainda com a impossibilidade do diálogo. Se eu falasse, ela até poderia ouvir, mas não iria responder, ou comentar.

Já pensou no que é falar e não ouvir a resposta? Ainda mais com sua mãe? Falar com alguém que não tem como responder? Chorar e não ter consolo?

Na semana em que minha mãe faleceu, descobri que estava grávida. Que conflito de emoções! Não consegui curtir a notícia e ainda me sentia culpada por não estar curtindo como deveria ser. Lembro que cheguei ao quarto da UTI e falei pra ela: Mãe, estou grávida! E fiquei ali ouvindo o “pI-pi-pi” dos aparelhos e pensei: Será que ela ouviu?!

No dia seguinte ela faleceu e eu confesso que fiquei aliviada porque não ia mais vê-la daquele jeito, mas também arrasada pela ausência.

Não quero deixar uma mensagem triste. Quero que você aproveite sua mãe enquanto ela vive. Expresse seu amor! Diga que ama, beije, abrace! Faça todas essas coisas, exageradamente, sem medo de desagradar pelo excesso, sem reservas.

Seja amiga, converse, compartilhe da sua vida, não tenha medo... Não critique, não implique com coisas pequenas e tenha paciência. Vejo tanta gente sem paciência com a mãe. Sua mãe não vai viver para sempre, e é melhor ter guardado na memória os bons momentos do que os momentos não vividos. Saia com sua mãe de vez em quando. Leve para tomar um café. Compre uma rosa. Escreva um cartãozinho... Perdoe se precisar e ame! Passe a tarde ouvindo todas as histórias que você já ouviu n vezes.

Não tem nada melhor do que pensar: Fiz tudo isso! Como é bom...

Um dia vamos nos encontrar, mas enquanto esse dia não chega, fico aqui, na semana do Dia das Mães, lembrando como seria bom ela estar aqui.

E sabe de uma coisa? Vou curtir demais meus filhos domingo que vem. Vou me deixar inundar pela alegria da maternidade. Beijar, apertar e esmagar aquelas duas coisas fofas!

Tem coisa melhor?!

Mel Cruz

Esse é o meu anseio



“... Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro” Mt 28:1



“... Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem embalsamá-lo” Diziam umas as outras: Quem nos removerá a pedra da entrada do túmulo?


Quando leio esse texto, fico intrigada em pensar porque não foram os discípulos que fizeram isso, ou pelo menos ficaram observando onde Jesus seria depositado. Onde eles estavam?


Essas mulheres chegam ao túmulo e dois varões com vestes resplandecentes dizem que Jesus não estaria mais ali e sim havia ressuscitado. Elas saíram correndo, felizes pela notícia. Observaram onde Jesus foi depositado, prepararam os aromas para embalsamá-lo e ao chegar lá encontram a “porta” do túmulo aberta. Imagino a ansiedade que passou em seus corações.


Elas encontram os discípulos e contam tudo pra eles. Seria surpresa eles não acreditarem nas notícias, além de achar que as mulheres estavam delirando? 

Pedro saiu correndo e teve que ver o túmulo aberto para crer. Alguém mais teve que ver para crer, e não era Tomé.


Como se não bastasse os anjos, e o fato do corpo de Jesus não estar mais lá, Ele mesmo aparece para alguns discípulos que andavam na rua conversando sobre os últimos acontecimentos do "desaparecimento" do mestre.
Jesus ainda ouve: “Ora, nós esperávamos que fosse ele quem havia de redimir a Israel; mas depois de tudo isto, e já este o terceiro dia desde que tais coisas sucederam...” Lucas 24


Imagino a decepção de Jesus! Última coisa que merecia ouvir!  O fato é que Jesus conhecia muito bem seus corações e conhece muito bem o MEU coração.

Então penso: Será que eu entenderia? Será que eu seria uma das mulheres que ficaria de olho onde Jesus seria colocado e prepararia os bálsamos? Ou será que eu estaria em casa fazendo qualquer coisa e dizendo as mesmas coisas que alguns discípulos disseram?

Quando leio sobre os discípulos de Jesus me vem um misto de esperança, incompreensão, impaciência e também alegria.

Na verdade, vejo que não sou nem um pouco diferente deles. Sou exatamente a mesma coisa!

Somos aqueles que muitas vezes precisamos ver para crer. Somos aqueles que também negam a Jesus quando a hora aperta. Somos também, aqueles que trocam Jesus por um punhado de dinheiro. Fazemos tudo isso várias vezes no decorrer das nossas vidas. Aliás, somos capazes de fazer tudo isso num dia só!


Pedro, aquele que disse em um momento: “Jesus, por ti darei a própria vida Jo 13:37” (não é uma frase bonita de se dizer?) recebe o seguinte: “Darás a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo que jamais cantará o galo antes que negue três vezes.” 

Acho que Pedro pensou: até parece.... nunca te negaria meu querido Senhor. Pois esse mesmo Pedro, que realmente negou a Jesus, prega e “apenas” 3 mil pessoas são batizadas de uma vez, sem contar que até sua sombra curava! Que coisa mais fantástica!

Gosto de refletir sobre a vida dos discipulos porque vejo que Jesus escolheu não super-homens super inteligentes, intelectuais e poderosos. Escolheu os dispostos a segui-lo! Escolheu aqueles que abriram mão da sua própria vida para estar perto Dele e fazer Sua obra. Aqueles que foram apedrejados, presos, açoitados e que cantavam nas prisões. Eles não deram desculpas! Cumpriram sua missão: fazer discípulos mundo a fora.

As mulheres que prepararam o bálsamo não foram as que pregaram para tantas pessoas, que curaram ou foram presas e açoitadas. Elas tiveram seu papel e pra falar a verdade ter a oportunidade de entrar no túmulo vazio, encontrar anjos reluzentes e serem as primeiras a abraçar os pés de Jesus e o adorar é algo que um dia anseio em fazer. E como anseio! 


Mel Cruz

O meu pensamento não é o de Deus



Pedimos graça, e recebemos o perdão que já foi oferecido (como é que você sabia que eu ia pecar?)
Nós pedimos alimento, e encontramos a provisão que já foi feita (como é que você sabia que eu ia ter fome?)
Nós pedimos orientação, e encontramos as respostas na história antiga de Deus (como é que você sabia que  eu ia perguntar isso?)


Deus vive em um reino diferente. "A loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens" (I Co 1.25). O Senhor ocupa uma outra dimensão. "Porque os meus pensamentos não são como os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor. Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos.


Observe particularmente o sentido deste versículo. Os pensamentos de Deus não são os nossos pensares, não são como os nosso pensamentos.


Não estamos nem sequer no mesmo bairro. 


Imaginamos na preservação do corpo; o Senhor pensa na salvação da alma.
Sonhamos com um aumento de salário, o Senhor pensa em ressuscitar os mortos.
Evitamos a dor e procuramos a paz. Deus usa a dor para trazer a paz. 
"Eu vou viver antes de morrer" nós decidimos. "Morra, para poder viver",  Ele instrui.
Amamos o que dura pouco. Ele ama o que permanece para sempre.
Alegramo-nos com o nosso sucesso. Ele se alegra com as nossas confissões.
Mostramos aos nossos filhos o garoto propaganda da Nike com o sorriso de um milhão de dólares e  dizemos "Seja como o Mike". Deus mostra o carpinteiro crucificado com os lábios ensanguentados e o lado perfurado e diz: "Seja como Cristo".


Os nossos pensamentos não são como os pensamentos de Deus. Os nossos caminhos não são como os caminhos de Deus. Ele tem uma agenda diferente. Ele mora em uma outra dimensão. Ele mora em um outro plano. E este plano tem um nome da primeira frase da oração do Senhor: "Pai nosso, que estás nos céus".
Max Lucado