Não Julgue!


Nas  Garras da Graça - Max Lucado


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Não somos suficientemente bons para julgar. O que tem fome pode acusar o mendigo? O doente pode zombar daquele que não se sente bem? O cego pode julgar o surdo? O pecador pode condenar outro transgressor? Não. Somente Um pode julgar, e este não escreve nem lê este livro.

Não somos só indignos; somos desqualificados. Não sabemos o suficiente sobre as pessoas para julgá-las. Não sabemos o suficiente sobre seu passado. Condenamos um homem por tropeçar esta manhã, mas não vimos os golpes que sofreu ontem. Julgamos uma mulher por seu andar vacilante, mas não podemos ver o prego em seu sapato. Zombamos do medo em seus olhos, mas não fazemos ideia de quantas pedras tiveram que se desviar ou dos dardos que precisaram se esquivar.

São muito enfáticos? Talvez temam ser negligenciados outra vez. São muito tímidos? Talvez temam falhar novamente. Lentos demais? Talvez tenham caído na ultima vez que correram. Você não sabe. Somente alguém que tenha seguido os passos de ontem pode ser o juiz deles.

Não somos só ignorantes sobre o ontem; somos leigos sobre o amanhã. Ousamos julgar um livro quando os capítulos ainda não foram escritos? Devemos dar um veredicto sobre um quadro enquanto o artista ainda segura o pincel? Como você pode rejeitar uma alma até que a obra de Deus esteja completa? "Aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o Dia de Jesus Cristo" (Fp 1.6).

Tenha cuidado! O Pedro que nega a Jesus no fogo desta noite, pode proclamá-lo com fogo no Pentecostes do amanhã. O Sansão que está cego e fraco hoje, pode usar sua força final para derrubar as colunas da impiedade. Um pastor gago nesta ocasião, pode ser o poderoso Moisés para a próxima geração. Não chame Noé de louco; você pode vir a lhe pedir uma carona. "Não julgue antes do tempo certo; espera até que o Senhor venha  " (I Co 4.5)

Um criminoso foi condenado à morte por seu país. Em seus momentos finais, pediu clemência. Se tivesse pedido a clemência das pessoas, teria sido negada. Se tivesse pedido a clemência do governo, teria sido recusada. Se tivesse pedido a clemência de suas vítimas, teriam ignorado. Mas não foi para estes que se voltou em busca de graça. Voltou-se, ao invés disso, para a forma ensanguentada daquele que estava pendurado na cruz ao seu lado, e suplicou: "Senhor, lembra-se te mim, quando entrares no teu Reino". E Jesus respondeu-lhe: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso" (Lc 23.43)