Mais um Dia das Mães

Mais uma vez, o Dia dias Mães está chegando e como não poderia deixar de ser, a semana fica um pouco nostálgica.


Vem-me a mente bons momentos com minha mãe.

Lembro no dia em que um pai de um amigo faleceu. Eu era adolescente e aquela cena, de uma pessoa no caixão e outras ao redor chorando, me chocou. Lembro que eu chorava, também pela perda do amigo, mas principalmente porque eu ficava imaginando: E se fosse meu pai? E se fosse minha mãe?

Nessa época da vida, temos tantos sonhos que pensar nesse tipo de coisa não faz parte.

Uma amiga me perguntou uma vez como é não ter mãe. Lembro que respirei fundo para não chorar. Ninguém nunca tinha me feito essa pergunta. Como é não ter mãe?! É como ter a sensação de uma saudade sem fim. É como se tudo estivesse bem, mas poderia estar melhor se ela estivesse por aqui. É aquela pessoa que você mais quer contar a novidade (seja boa ou ruim). Sabe aquela pessoa que precisamos saber a opinião urgentemente?! É a primeira pessoa que você pensa quando seu filho faz algo novo e logo vem a mente: se mamãe estivesse aqui para ver, ela ia adorar. E logo depois de tudo isso a saudade chega para não querer ir embora...

Na fase final da doença, tínhamos apenas uma hora de visita na UTI do hospital. Que lugar horrível! Quem já foi sabe bem o que estou dizendo. Não tem nada mais estranho do que ver uma pessoa deitada numa cama vivendo através de aparelhos. Eu sofria demais com aquela situação e sofria mais ainda com a impossibilidade do diálogo. Se eu falasse, ela até poderia ouvir, mas não iria responder, ou comentar.

Já pensou no que é falar e não ouvir a resposta? Ainda mais com sua mãe? Falar com alguém que não tem como responder? Chorar e não ter consolo?

Na semana em que minha mãe faleceu, descobri que estava grávida. Que conflito de emoções! Não consegui curtir a notícia e ainda me sentia culpada por não estar curtindo como deveria ser. Lembro que cheguei ao quarto da UTI e falei pra ela: Mãe, estou grávida! E fiquei ali ouvindo o “pI-pi-pi” dos aparelhos e pensei: Será que ela ouviu?!

No dia seguinte ela faleceu e eu confesso que fiquei aliviada porque não ia mais vê-la daquele jeito, mas também arrasada pela ausência.

Não quero deixar uma mensagem triste. Quero que você aproveite sua mãe enquanto ela vive. Expresse seu amor! Diga que ama, beije, abrace! Faça todas essas coisas, exageradamente, sem medo de desagradar pelo excesso, sem reservas.

Seja amiga, converse, compartilhe da sua vida, não tenha medo... Não critique, não implique com coisas pequenas e tenha paciência. Vejo tanta gente sem paciência com a mãe. Sua mãe não vai viver para sempre, e é melhor ter guardado na memória os bons momentos do que os momentos não vividos. Saia com sua mãe de vez em quando. Leve para tomar um café. Compre uma rosa. Escreva um cartãozinho... Perdoe se precisar e ame! Passe a tarde ouvindo todas as histórias que você já ouviu n vezes.

Não tem nada melhor do que pensar: Fiz tudo isso! Como é bom...

Um dia vamos nos encontrar, mas enquanto esse dia não chega, fico aqui, na semana do Dia das Mães, lembrando como seria bom ela estar aqui.

E sabe de uma coisa? Vou curtir demais meus filhos domingo que vem. Vou me deixar inundar pela alegria da maternidade. Beijar, apertar e esmagar aquelas duas coisas fofas!

Tem coisa melhor?!

Mel Cruz

2 comentários:

  1. Mel...Se eu admirava a sua essência com Ser Humano, agora sinto a certeza que estava certa, e as vezes não paramos para reconhecer... muito obrigada, você é especial! Quem ouve conselhos deixa a sabedoria e dom da palavra recebidos de Deus, mover-nos mais suave e amavelmente pelos caminhos da felicidade. obrigada, com carinho, Nata

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  2. olá flor, amei seu blog e vou repassar a você um selinho que ganhei! para ser repassado a cinco blogues e assim por diante, fique com Deus!

    meu blog -> http://mulheresprofetisas.blogspot.com


    Debora Machado

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