Grão de Mostarda


 

Já ouviram falar da parábola do grão de mostarda? Vou contar aqui rapidinho pois gosto demais.

"O Reino do Céu é como uma semente de mostarda, que um homem pega e semeia na sua terra.Ela é a menor de todas as sementes; mas, quando cresce, torna-se a maior de todas as plantas. Ela até chega a ser uma árvore, de modo que os passarinhos vêm e fazem ninhos nos seus ramos.” Mateus 13:32

Assim como julgamos um livro pela capa, julgaríamos o tamanho de uma árvore pela sua semente, com muita facilidade.

Só que quando Deus está no jogo, uma coisa muito pequena, muito simples, pode tomar proporções que nem conseguimos imaginar.

Pense no exemplo de Jesus. O messias esperado que veio de uma vila insignificante, filho de uma mulher simples, e nasceu em uma manjedoura, lugar de animais. Não me parece algo muito grandioso para uma história contada até os dias atuais.

Estavam esperando um poderoso rei que destituiria Roma tendo grande influência e poder. Ele nem tinha casa pra morar e ainda dizia que o reino dele não era desse mundo. De fato não é!

Nesse reino, a matemática é diferente.

Lembram da multidão faminta que Jesus alimentou com cinco pães e dois peixes? Foram cinco mil homens! Que matemática é essa?

Imagine a cena. Você andando na rua se depara com mil pessoas famintas. Lembra que tem um saco de biscoito na bolsa. Pensaria na possibilidade de alimentá-las assim? Eu acho que nem cogitaria. A matemática não fecha.

Coragem e fé. Dois ingredientes necessários!

Achamos que precisamos de três mil pães e dois mil peixes para pensar na possibilidade de alimentar cinco mil pessoas.

”Eu asseguro que, se vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão dizer a este monte: 'Vá daqui para lá', e ele irá. Nada será impossível para vocês.” Mt 17:20

Deus tem abundância para nós! E não precisamos ter as “quantidades” exatas. Precisamos de fé, pequena que seja.

A matemática de Deus é assim: uma oração de algumas palavras pode curar uma vida. Uma oferta de alguns reais pode alimentar uma família. Cinco minutos com minha filha podem ficar registrado na mente dela como os melhores da vida. Um simples abraço pode transformar a vida de alguém. Uma palavra de ânimo pode trazer à vida uma pessoa sem esperança.

Já parou para pensar quão grandes coisas Deus pode fazer através da sua vida? Deixe ele te usar. Ou você acha que precisar ser alguém influente, cheia de habilidades ou com muitos recursos?

Que nossa fé seja como um grão de mostarda. Pequenas aos nossos olhos, mas grandiosas aos olhos de Deus. Pássaros virão se abrigar em nossos ramos. Seremos lugar de vida, repouso e multiplicação.

Não desista. Não desanime. A situação está caótica? Tenha fé, que nada será impossível.


Revolução Laranja



Do livro: Para que Serve Deus - Em busca da verdadeira fé. 
Philip Yancey

Vocês já ouviram falar da Revolução Laranja que aconteceu na Ucrânia em 2004? Permitam-me contar uma história pouco conhecida sobre os improváveis heróis que ajudaram a desencadear uma revolução. Como outras partes da União Soviética, a Ucrânia caminhou para a democracia após o colapso do império soviético, embora na Ucrânia a democracia avançasse num ritmo  de era glacial. Se vocês acham que nossas eleições são sujas, pensem que quando o reformador ucraniano Victor Yushchenko ousou desafiar o partido no poder ele quase morreu devido a um misterioso envenenamento por dioxina. Contra todos os conselhos, Yushchenko, com o organismo enfraquecido e o rosto definitivamente desfigurado pelo veneno, continuou na disputa eleitoral. No dia da eleição, os resultados da votação o colocavam dez pontos percentuais na frente; todavia por meio de uma fraude evidente, o governo conseguiu reverter os resultados.


O Canal da TV estatal anunciou: "Senhoras e senhores, informamos que o candidato da oposição Victor Yushckenko foi inquestionavelmente derrotado". Todavia, as autoridades governamentais não haviam levado em conta uma característica da televisão ucraniana: a tradução que ela oferece para deficientes auditivos. Na telinha que aparece no canto direito inferior da tela grande uma corajosa mulher, filha de pais surdos-mudos, transmitiu uma mensagem divergente na língua de sinais. "Eu estou me dirigindo a todos os cidadãos surdos da Ucrânia. Não acreditem no que eles (as autoridades) dizem. Estão mentindo, e eu estou envergonhada de traduzir essas mentiras, Yushckenko é nosso presidente!"



Cidadãos surdos, inspirados por sua tradutora Natalya Dmitruk, fizeram a Revolução Laranja. Usando seus celulares, eles enviaram mensagens a seus amigos sobre a fraude eleitoral, e logo outros jornalistas, inspirados pelo gesto desafiador de Dmitruk, criaram coragem e, semelhantemente a ela, se recusaram a transmitir a posição  do governo. Dentro de algumas semanas cerca de um milhão de pessoas vestidas na cor laranja inundaram a capital, Kiev, exigindo novas eleições. O governo finalmente cedeu à pressão, aceitando novas eleições, e dessa vez Yushchenko emergiu como o indiscutível vencedor.

Quando ouvi essa história da Revolução Laranja, a imagem da telinha da verdade no canto da telona tornou-se para mim uma imagem ideal da igreja. Vejam, nós na igreja não controlamos a telona. (Quando o fazemos, geralmente criamos confusão). Procurem uma banca de jornais e revistas ou liguem a televisão, e vocês verão uma mensagem consistente. O que importa é a beleza que se exibe, quanto dinheiro ou poder se tem. Capas de revistas apresentam supermodelos esculturais e belos garotões, apenas de pouca gente ter esse visual. Os pais conhecem o impacto devastador que a mensagem da telona exerce sobre um filho adolescente sem atrativos.

De modo semelhante, embora o mundo inclua muitos pobres, eles quase nunca chegam às capas de revistas ou ao noticiários. Em vez disso, enfocamos os supermilionários ou celebridades. Vivemos numa sociedade distorcida que nos entope de mensagens de que o valor da pessoa depende da aparência, ou da renda, ou do acesso ao poder.

Nossa sociedade não é de fato única. Ao longo da historia as nações sempre glorificaram os vencedores, não os perdedores. Então, como a tradutora da língua de sinais no canto inferior da tela, eis que aparece uma pessoa chamada Jesus, que com efeito diz: Não acreditem na telona - eles mentem. Os pobres é que são abençoados, não os ricos. Os que choram são abençoados também, assim como os que têm fome e sede, e os perseguidos. Os que passam a vida pensando que estão no topo do mundo  terminarão no fundo do buraco. E os que a passam achando que estão no fundo do buraco acabarão no topo. No fim das contas, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?

A receita para uma boa saúde, individual ou social, exige que se dê atenção à mensagem oposta que aparece na telinha.
Como opositores vestidos de cor laranja reunidos na praça de Kiev, podemos nos recusar a crer nas mentiras divulgadas na "telona". Podemos insistir em que o valor de alguém não é determinado por sua aparência, ou sua renda, ou sua etnia, ou mesmo sua posição social, mas é antes uma dádiva sagrada e inviolável de Deus. E essa compaixão e justiça - nossa preocupação com estes "meus menores irmãos", nas palavras de Jesus - não são valores arbitrários determinados por políticos e sociólogos, mas mandamentos santos provenientes daquele que nos criou.




Solidão



Hoje a tarde, depois que meu filho acordou, sentei a mesa e preparei seu lanche. Enquanto vivia o momento, com silêncio de fundo, lembrei de uma época onde duas coisas reinaram na minha vida: solitude e solidão

Só para não confundir ninguém, vou diferenciar uma coisa da outra. Solidão é um sentimento no qual uma pessoa sente uma profunda sensação de vazio e isolamento. Seus sentimentos precisam de algo novo que as transforme. Já a solitude, é o estado de privacidade de uma pessoa e nem sempre significa solidão (fonte wikipedia)

Já tiveram isso?

Faz tempo, foi em 2003. Aconteceu quando fui morar em outro país. Cheguei lá no outono, já chegando o inverno. Não imaginava que teria essas duas amigas me aguardando. Poderia chamar de inimigas, mas não vou chamá-las assim porque elas me ensinaram e ensinam muito.

Só para entenderam a situação, meu marido passava o dia estudando e trabalhando e minha filha na época com dez meses ficava comigo. 

Quando ela dormia, o silencio reinava. Sem TV, computador ou qualquer outra coisa para me distrair eu simplesmente não sabia o que fazer. Nosso bairro era muito tranquilo. Nenhum barulho do lado de fora. Inverno. Ninguém na rua. Como me ocupar?

Por várias vezes eu sentava na minha cama e o silêncio reinava. 
Como me incomodava! Como o barulho nos distrai. Como é difícil não ouvi-lo. 

Como foi difícil ter apenas a opção de ouvir meus pensamentos. Eles nem sempre eram bons. Nem sempre felizes. Nem sempre animadores.
Muitas vezes tristes e confusos.

Foi nessa época que comecei a escrever. 

Achava que precisava colocar em palavras o que sentia. Foi cada situação inusitada, tanta experiência única. Quem acompanhou o boletim JAM (Júlio, Allegra, Mel) na época lembra. 

Mandava e-mail com cópia para todo mundo. 

Pode parecer bem clichê mas nessa época entendi e aprendi que nunca estava sozinha. 

Nos seis primeiros meses eu chorei. Ouvia músicas dramáticas, ficava em casa boa parte do tempo. Sair de casa com temperatura abaixo de zero não era prazeroso.

Um belo dia eu cansei. 
Cansei da choradeira.Chega! 


Troquei as músicas. Troquei os pensamentos. Como fez diferença!

O silêncio é uma escola. Parar para se ouvir é uma arte. Conseguir administrar seus pensamentos de maneira construtiva é uma vitória.

Foi uma batalha na época e não tenho dúvida que muitas outras estão por vir. Que venham!

Sei bem o poder dos pensamentos.

"... tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento." Fl 4:8


Mel